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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Singularity

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Uma perda de tempo ou uma proposta à frente de sua geração?


  • Gráficos Nota 70
  • Jogabilidade Nota 80
  • Áudio Nota 80
  • Diversão Nota 85

Para muitos, o conceito de FPS (First Person Shooter, ou jogo de tiro em primeira pessoa) é bem simples: andar e atirar. E não podia ser diferente, já que o gênero de tiro em primeira pessoa usou e abusou desta base. Basta observar a grande maioria dos títulos para perceber que o que predomina é o tiroteio abundante. E isso é ruim? Claro que não.

Muitos jogos conseguem criar experiências intensas e divertidas usando apenas esse conceito-base que mencionamos no início. Um ótimo exemplo talvez seja o próprio Call of Duty, o qual, mesmo com algumas pequenas novidades, continua apostando na fórmula clássica que caracterizou o gênero.

Felizmente, quem já está cansado disso pode conferir alguns FPS diferentes. Primeiramente, temos o lendário BioShock, que, mesmo com arsenal robusto, trouxe uma trama e narrativa espetaculares e o uso de poderes que trouxeram mais dinamicidade ao gênero. O FPS começava a sofrer suas primeiras mutações significativas.

Posteriormente, outros títulos arriscavam remover a palavra “shooter” do FPS, e vários se saíram muito bem nessa empreitada. Para ilustrar, temos exemplos como o magistral Portal, que inovou o gênero e causou muito impacto em toda a comunidade gamer. Outro título que merece ser mencionado é Mirror’s Edge, com sua proposta acrobática e imersiva.

Em meio a um oceano navegado apenas por FPS de peso como Halo: Reach, Call of Duty: Black Ops e Battlefield: Bad Company, o ano de 2010 recebe um dos poucos corajosos a se aventurar de maneira diferente: Singularity. A nova franquia da Activision foi anunciada na Electronic Entertainment Expo (E3) de 2008, e tem como desenvolvedor a Raven, também responsável por Wolfenstein.

Singular?

Pelo nome, Singularity é um título único, singular. Sem dúvidas, o FPS se esforça bastante para se soltar dos elementos banais do gênero. Primeiramente, há uma história relativamente bem elaborada, trazendo conceitos que, embora não sejam muito originais, acabam gerando um resultado que cativa a atenção do jogador.

Mas, o grande diferencial de Singularity em relação aos demais jogos do gênero é a possibilidade de manipular o tempo. E não estamos falando somente em voltar ou avançar, mas em usá-lo como arma e de maneira jamais vista no universo do entretenimento eletrônico.

Certamente, combinar o uso de superpoderes com armas de fogo não é algo muito inovador. Na realidade, Singularity traz uma fórmula inspirada em vários jogos já conhecidos, como BioShock, F.E.A.R. e o próprio Wolfenstein. Entretanto, é sempre bom ver um FPS que se destaque do tiroteio comum, mesmo que seja para fazer algo que outros games já fizeram.

Singularity é um jogo divertido, com uma história interessante e uma jogabilidade híbrida. Mesmo assim, existem sim alguns problemas que impedem o jogo de ser o que ele poderia. Um dos principais empecilhos que o jogador notará é a qualidade técnica dos gráficos. Nem mesmo a boa direção de arte salva os medianos visuais do game, que trazem texturas de baixa qualidade e outros problemas. Mesmo assim, você não vai querer voltar no tempo depois de desfrutar do título.

Aprovado

União Soviética, desastres e um elemento misterioso

A trama de Singularity é um dos pilares principais do game. Ao contrário de muitos games do gênero, o jogador não confere a história somente através de cenas de corte. Em vez disso, o game traz vários eventos distintos para retratar o roteiro sem precisar deixar o jogador na pele de um mero espectador. A história acontece enquanto você joga.

Isso, obviamente, afeta o ritmo do título. Se você está buscando um jogo com um pouco mais de profundidade na trama, então Singularity é uma boa opção. Durante sua jornada, é comum ter de vasculhar cenários por informações esclarecedoras, presentes em notas, gravações em áudio e até mesmo pinturas na parede.

No game, o jogador é apresentado a uma ilha russa fictícia conhecida como Katorga-12. Você encarna o Capitão Nathaniel Renko, que é enviado ao local para investigar uma misteriosa radiação que emana da região. O grande responsável pelo problema é o Elemento 99 (E99), uma poderosa substância descoberta pelos soviéticos na década de 1950.

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Como se pode notar pelo estado da ilha, as experiências com o E99 não foram muito bem sucedidas. O resultado é uma catástrofe gigantesca, que dizimou toda a população da ilha, obrigando a U.R.S.S. a fechar para sempre a instalação. Ao aterrissar no local, Renko percebe que as coisas estão muito piores do que ele imaginava ao ter seu helicóptero destruído por uma onda de energia.

Depois de perambular um pouco pela ilha, em busca de Devlin, um dos sobreviventes do acidente, Renko começa a ter ilusões que mais se parecem com fendas no tempo, demonstrando como a catástrofe afetou os habitantes do local.

Ao misteriosamente voltar para a década de 1950, Renko acaba salvando um homem conhecido como Dr. Nikolai Demichev. Logo em seguida, o protagonista volta para os tempos modernos e percebe que tudo está diferente. O motivo? Salvar Demichev mudou totalmente o rumo da União Soviética, que agora se encontra dominada por mutantes e muitos problemas.

Posteriormente, o protagonista encontra um poderosíssimo objeto, desenvolvido por Dr. Viktor Barisov, capaz de simplesmente manipular o tempo. Com isso, inicia-se uma arriscada jornada capaz de alterar o destino de toda a humanidade dependendo de suas ações.

O resultado é uma trama bacana que, mesmo repleta de clichês, é cativante o suficiente para manter o jogador no clima até o final do game. Destaque para o excelente ritmo do jogo, que é bem dinâmico, mas não deixa o jogador entediado em nenhum momento durante a intensa campanha. Ao todo, você tem aproximadamente seis horas de jogo para conhecer melhor os efeitos de Singularity.

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Uma bela mistura

Conforme mencionamos, Singularity traz uma boa mistura entre poderes e armas de fogo. No início do game, isso não fica muito claro, já que o jogador desfruta apenas de pistolas, escopetas e rifles. Entretanto, ao adquirir o TMD (Time Manipulation Device, ou dispositivo para manipulação do tempo, em uma tradução livre), Renko se torna muito mais poderoso.

A jogabilidade do título é simples, sendo bem semelhante aos congêneres. Com a TMD, contudo, você pode realizar várias ações diferentes. A primeira delas a ser descoberta é a capacidade de regenerar ou destruir um objeto. Graças à possibilidade de voltar e avançar no tempo, o TMD consegue recuperar um item ao seu estado original ou então envelhecê-lo até que sobre somente ferrugem, por exemplo.

Isso acaba sendo útil em quebra-cabeças, que aparecem discretamente, mas bem inseridos na trama, e também contra os próprios inimigos. Falando nisso, o TMD também é uma boa escolha nos combates, já que é capaz de lançar uma onda de choque capaz de desintegrar os oponentes.

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Se preferir, é possível usá-la para manipular a gravidade, lançando objetos como barris e até mesmo granadas atiradas pelos inimigos. Posteriormente, você ganha novas habilidades e ainda pode aprimorar alguns atributos. Um prato cheio para quem gostou das Plasmids da série BioShock.

Quanto às armas, temos um arsenal bacana e que também pode ser aprimorado. Destaque para a Seeker, que permite ao jogador literalmente controlar a bala com o analógico para acertar o alvo em cheio.

Outro ponto positivo do game é o fato de ser extremamente balanceado, sendo indicado tanto para o público hardcore quanto para os casuais. Existem várias dicas em jogo que facilitam sua jornada e os quebra-cabeças não são exatamente desafiadores, mas bem construídos.

Reprovado

Falha técnica

Sem dúvidas, a maior pedra no sapato de Singularity são os gráficos. Quanto à direção de arte, não há do que reclamar, pois a construção é bacana e bastante ao fiel período retratado. Entretanto, tecnicamente, o jogo falha em representar o que buscava.

Logo de cara você já percebe que os gráficos não são da melhor qualidade. Objetos modelados com poucos polígonos aparecem por toda a parte, assim como texturas que mal podem ser consideradas da atual geração.

Fora isso, também temos os famosos pop-in (surgimento abrupto de texturas e objetos na tela), que aparecem principalmente durante as cenas de corte e quando o jogador acessa uma nova área.

Nem mesmo as animações se safaram. A movimentação não convence, principalmente a das criaturas mutantes que brotam na tela. Por fim, temos bugs e mais bugs, com falhas que podem até atrapalhar a experiência do jogador. Realmente, uma pena. Faltou capricho.

Multiplayer para encher linguiça

A proposta do modo online de Singularity é bacana: colocar humanos enfrentando criaturas controladas pelos jogadores em uma arena. Mesmo não sendo horrível, o multiplayer do game deixa a desejar. Primeiramente, os poderes da campanha para um jogador, que diferenciam Singularity dos demais games, simplesmente não têm o mesmo impacto nessa modalidade.

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O modo traz apenas dua opções: um delas é um Deathmatch tradicional, enquanto a outra traz objetivos específicos e a possibilidade de controlar os mutantes. Novamente, os problemas técnicos ficam explícitos aqui, atrapalhando ainda mais a experiência. A ausência de mais modos de jogo fará com que você enjoe do multiplayer em pouco tempo.

Perdido

Quem tem dificuldades com a língua inglesa, principalmente quando falada por russos, ficará decepcionado ao saber que Singularity não oferece a opção para ativar legendas — seja em inglês ou qualquer outro idioma.

Outro problema que pode deixar muitos jogadores perdidos, ou frustrados, é o sistema de checkpoints. Singularity salva sua jornada em locais muito distantes um dos outros. Com isso, é provável que você morra acidentalmente em um precipício e seja obrigado a jogar 30 minutos de conteúdo que já fora completado novamente.

Vale a pena?

Singularity se esforça para trazer uma experiência diferente ao gênero FPS. Mesmo com alguns problemas técnicos que denigrem significativamente a experiência do game, o título consegue cativar os jogadores que estão à procura de um tiroteio diferente.

Como artifício, a Raven gerou uma trama bacana, que prende facilmente a atenção de quem está segurando os controles. Como se não bastasse, há uma bela combinação na jogabilidade, culminando ataques poderosos com manipulação de tempo e poderosíssimas armas de fogo. Uma campanha maior e um multiplayer mais caprichado cairiam bem, mas Singularity não é uma perda de tempo.


fonte.http://www.baixakijogos.com.br/xbox-360/singularity/analise

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