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domingo, 9 de janeiro de 2011

Final Fantasy XIII




60

Deslizes não abalam a última edição do maior colosso dos RPGs

Um tanto linear, mas ainda Final FantasyFinal Fantasy conta hoje mais de 20 anos de existência e algumas dezenas de títulos lançados — contando “spin-offs”, como a série Crystal Chronicles. Mesmo assim, seria complicado encontrar qualquer relação entre história, personagens o ambientes de um título para outro. Mesmo na série principal, cada novo título tem sempre a pretensão de um voo solo.

Então porque exatamente a marca continua tão forte quanto na época em que evitou a bancarrota da Squaresoft — hoje Square Enix? Muito simples: pelos padrões e estilo, que se mantêm basicamente os mesmos nesse mais de 20 anos. Em outras palavras, cada fã, novo ou velho, de FF sabe exatamente o que gostaria de encontrar em uma nova geração da franquia.

Bem, ao menos nesse quesito, pode-se dizer que Final Fantasy XIII — um dos três integrantes até o momento do selo Fabula Nova Crystallis — cumpre o seu papel. O que você vai encontrar aqui ao ligar o sue console é um megalômano sistema maniqueísta (o mal degenerado versus o bem primoroso), dotado de batalhas épicas, personagens empáticos com diversos problemas emocionais e psicológicos e, por fim, um sistema de batalha tão detalhista quanto intuitivo.

Entretanto, a Square Enix parece ter deliberadamente deixado de lado um fator indispensável tanto para Final Fantasy quanto para qualquer RPG: a liberdade de ação. FF XIII é tremendamente linear. Embora a história não raro seja envolvente e até absorvente, você, como jogador, na maior parte das vezes simplesmente vai guiar o seu grupo de desbravadores em mapas que mais se parecem com corredores infinitos.

Mas, eis um bom consolo: durante todo o desenvolvimento linear do jogo — aproximadamente primeira metade da história — e além, a trama é contada através de gráficos, CGs e texturas nada menos do que impressionantes. Trata-se do bom trabalho realizado pela Crystal Tools, a engine que deve puxar as cordas dos próximos títulos da franquia.

São expressões faciais absolutamente humanas, texturas tremendamente ricas e movimentos fluidos — quedas de FPS (taxa de atualização de quadros) são tão raras quanto caminhos alternativos... Complementando a proposta do título, surgem novas mecânicas de combate cuja tendência é tornar as batalhas intuitivas, porém sem perder precisão — embora acabe como uma espada de dois gumes, como se verá adiante. Por fim, vamos aos detalhes.

Aprovado

Intuitivo e estratégico

Não há como negar: FF XIII de fato conseguiu chegar a um balanço interessante no que diz respeito a mecânicas de combate. Embora, estruturalmente falando, as coisas aqui ainda ocorram em turnos, realmente não existem aqueles momentos enfadonhos em que o imenso monstrengo permanece estanque, aguardando o próximo movimento. Tudo ocorre em um continuum de tempo — ou seja, caso você demore para escolher o próximo movimento, com certeza vai tomar dano.

Balanço intuitivo entre estratégia e ação

Cada personagem conta com uma barra de ataques, o que configura o sistema ATB (Active Time Battle). No início do seu “turno” — lembre-se que o tempo nunca para! —, você deverá escolher quais ações utilizará em cada espaço disponível na sua barra. Cada movimento tem um custo (não existe MP aqui) variado em “slots”. Uma vez que a barra tenha sido completada, os ataques são desferidos de uma única vez.

Ao final da batalha, você encontrará a tradicional avaliação de desempenho — até cinco estrelas —, com o ranque baseado no tempo necessário para concluir a batalha, o maior combos executado, etc. A partir daí, é só correr para o “save point” mais próximo e comprar parafernálias novas.

Paradigmas de combate

Embora você controle diretamente apenas o personagem principal do grupo durante as batalhas, FF XIII traz um sistema interessante para delegar funções. Trata-se de Paradigm, uma ferramenta que permite a você alterar o comportamento geral da sua equipe visando determinado fim.

Dessa forma, se a sua ideia for atacar “como se não houvesse amanhã”, uma boa opção é o paradigma “Relentless Assault”, que fará com que toda a equipe assuma uma postura essencialmente ofensiva. Já quando as coisas ficarem meio feias para um ou mais personagens, um paradigma mais comedido — que, por exemplo, coloque automaticamente um dos personagens como curandeiro — pode ser mais coerente.

A ideia é razoavelmente simples: cada paradigma coloca comportamentos específicos automáticos para cada membro da equipe. E o melhor: as mudanças entre paradigmas são bastante rápidas — embora qualquer ação prévia seja perdida durante as trocas.

Crystarium

Novo sistema de evolução ficou mais interativo... e atraente!Para que ter um esquema de ganho de níveis cheio de barras e números maçantes quando se pode ter uma convidativa interface gráfica? Exatamente. Acompanhando o estilo gráfico rococó de Final Fantasy, FF XIII traz o sistema Crystarium para aprimorar as características dos seus personagens.

Entretando, em vez de uma evolução geral e direta, os personagens em FF XIII ganham níveis específicos por “role”, ou seja, para cada papel disponível em batalha — confira o tópico anterior. E o melhor: tudo isso em um ambiente 3D intuitivo e de encher os olhos. Basta então gastar os CP (Crystogen Points) para aumentar o seu nível de HP ou desbloquear novas habilidades mágicas.

“Sou eu, ou aquelas duas mulheres se transformaram em uma moto?!?”

Final Fantasy sem uma cosmologia própria absurda realmente não seria Final Fantasy. E FF XIII mantém a tradição, é claro. O jogo se desenvolve em um mundo dividido em duas partes (olha o maniqueísmo aí!): de um lado, o pacífico mundo de Cocoon, com uma sociedade bem estruturada e totalmente amparado em novas tecnologias.

Só que Cocoon flutua em sua esfera “hermeticamente” fechada sobre um mundo de caos, malignidade de devastação conhecido como Pulse. Trata-se do fantasma no armário de cada morador de Cocoon. Na realidade, a histeria social em torno da ameaça de Pulse é tão grande, que qualquer pessoa que porventura entre em contato com o fal’Cie — espécie de deidade mecânica — do submundo será sumariamente proscrita!

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É claro, os seus heróis devem lutar contra a ameaça de Pulse. Entretanto, nesse momento surge uma pequena quebra dos padrões naturais de FF: Lightning, Snow e Cia. acabam caindo nesse submundo. E mais: acabam mesmo por se tornar l’Cie — servos de fal’Cie com poderes mágicos e dotados de uma missão. Em suma, de duas uma: ou (a) eles ganham a vida eterna na forma de um cristal inerte, ou (b) tornam-se criaturas irremediavelmente degeneradas, os Cie’th. No fim das contas, é o bom e velho estilo FF de contar histórias.

Personagens empáticos e estereotipados (como tem que ser!)

Sim, são teclas exaustivamente batidas. Entretanto, alguém realmente já imaginou um Final Fantasy sem o grupo de heróis confrontando um mal indizível? Ou sem aquele herói calado e obscuro, cuja missão oculta não sobrepuja a bondade inerente ao seu coração — pois é, a linguagem piegas faz parte, é claro? Isso sem falar no companheiro secundário, perito em ser inseguro e também e mandar piadas fora de hora. Não, isso deve estar presente para que Final Fantasy seja Final Fantasy.

O sujeito rebelde mas de bom coração... já viu em algum outro lugar?Trazendo exatamente o que se espera para FF, aparece a nova trupe de Final Fantasy XIII; tão empática quanto estereotipada. Snow é o típico rebelde inconstante e carismático, que aqui lidera uma equipe paramilitar de reação aos desmandos do Sanctum — espécie de “Papa” que aqui reúne todos os poderes: legislativo, judiciário e executivo.

Entretanto, a trama foca mesmo em Lightning, essa sim uma típica heroína FF, calada, benevolente, com um objetivo “justo e praticamente inalcansável”. Ocasionalmente (e acidentalmente), a moça junta-se a Sazh, cujas piadas e o ninho de chocobo na cabeça ajudam a fazer do coadjuvante o núcleo “nonsense” do jogo — embora sem cair no mau gosto. Adicionalmente, juntam-se ao grupo o órfão Hope e Vanille.

Esplendor gráfico

Sim, esplendor mesmo. FF XIII é simplesmente de encher os olhos. Desde as texturas das faces do personagens, até as suas feições, passando então para os detalhes tecnológicos de Coccon ou mesmo o ambiente inóspito de Pulse. Tudo aqui reflete um primor técnico a toda prova. Dessa forma, principalmente durante as CGs, o negócio é reclinar a poltrona e aproveitar o espetáculo visual que sempre foi a marca registrada de Final Fantasy.

Reprovado

Excessivamente linear

É inegável. Embora a história principal apresente diversas reentrâncias e surpresas, você, o jogador, terá realmente bem poucas chances de explorar o mundo por conta própria — o que, cá entre nós, sempre ajudou a definir o gênero RPG. Basicamente, uma imensa parte de FF XIII se desenrola através de mapas totalmente lineares, com monstros e mais monstros, cujos combates são apenas interrompidos pela enorme quantidade de tutoriais.

Perde-se um pouco de tática...

Embora o sistema de combate híbrido de FF XIII seja, em si, uma grande ideia, não há como negar que um pouco da estratégia clássica é perdida. Quer dizer, com o tempo constantemente correndo, você não vai conseguir selecionar com muito cuidado os seus ataques, ou mesmo o papel necessário para cada um dos membros do time.

Tem como exagerar dentro de um gênero naturalmente exagerado?

Vale aqui um comentário adicional sobre Vanille, a menina vagante que aparece nos primeiro momentos do jogo: ela é muito, mas muito irritante! Sobretudo se você estiver jogando a versão com tradução das faixas de áudio para inglês — as faixas originais, em japonês, não foram disponibilizadas na versão ocidental do jogo. São frases excessivamente floreadas e cantadas, que se juntam então a um otimismo que beira o patético. E veja bem, nós estamos falando de uma franquia conhecida por personagens exagerados e com as emoções à flor da pele...

Vale a pena?

Sim, é linear. Mas tem chocobos, bahamuts, excaliburs, etc...FF XIII traz, em termos de estilo e história, tudo que um fã (novo ou antigo) da série poderia pedir. Seja pelo tradicional grupo de heróis que enfrenta um mal terrível, seja pelo caráter novelesco apresentado nas personalidades ricas de cada um dos personagens. Somando-se a isso, aparece a qualidade visual a toda prova que é a marca registrada da franquia.

Entretanto, a linearidade excessiva dos mapas e da trama, de forma geral, pode acabar espantando alguns fãs dos formatos mais clássicos de RPG. De qualquer forma, caso nomes como Excalibur, Chocobo ou Bahamut digam algo para você, com certeza FF XIII é recomendado. Até porque, alguém deve conter os planos ardilosos do Sanctum, o Papa "wannabe" de Cocoon.


fonte. http://www.baixakijogos.com.br/xbox-360/final-fantasy-xiii/analise

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